Roteiro dos Bandeirantes

Casa do Sítio da Ressaca

História

Endereço: Rua Nadra Raffoul Mokodsi, 3 – Jabaquara, São Paulo – SP, 04321-020.

[1] A Casa do Sítio da Ressaca, como hoje é conhecida, foi sede de um sítio localizado nas proximidades do antigo caminho de Santo Amaro, que era banhado pelo córrego do Barreiro, também chamado Fagundes e Ressaca.situada à meia encosta de uma colina, a Casa data, provavelmente, de 1719, ano inscrito na verga de sua porta principal. 

Algumas de suas telhas são ainda originais e trazem inscrições do século 18, como a data de fabricação e o nome do oleiro. As portas e batentes, em canela preta, também são originais. A técnica construtiva empregada neste imóvel foi a taipa de pilão, que consistia em socar o barro com a mão de pilão entre pranchas verticais de madeira (taipais), formando-se assim as paredes externas com cerca de 50 cm de espessura; as paredes internas eram originalmente de pau-a-pique. Introduzida pelos portugueses, essa técnica de origem árabe foi amplamente utilizada pelos paulistas que, devido ao seu isolamento geográfico, dependiam essencialmente do barro como recurso para construção. 

A Casa do Sítio da Ressaca possui algumas peculiaridades em relação aos demais exemplares de casas bandeiristas existentes na cidade: a assimetria de sua planta, um único alpendre não centralizado na fachada principal e o telhado de duas águas. Seu último proprietário, Antonio Cantarella, responsável pela urbanização do bairro do Jabaquara, transformou o sítio em chácara, realizando seu loteamento em 1969. Esta modificação coincidiu com a chegada do metrô à região e a desapropriação de mais de um terço da área para instalação do seu pátio de manobras.

Citação

[2] Russi (2011, p. 9) , O MCSP é um conjunto de casas históricas formado por exemplares da arquitetura paulista, do período colonial ao moderno e, um monumento, preservado e administrado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH). Geralmente suas unidades estão localizadas em parques e praças, entorno que contribui para a sua preservação e possibilita o diálogo da arquitetura com a natureza. No interior destes bens patrimoniais, as exposições tendem a privilegiar temas relacionados à história, cultura, arte e arquitetura da cidade de São Paulo, no intuito de valorizar e preservar suas expressões e referências históricas, sociais e culturais”.

 

[2] Segundo Russi (2011, p. 13) [2], “Entendendo a casa como um patrimônio histórico estadual suas ações seriam de conservação física do espaço e deveriam refletir a sua identidade cultural”.

 

[2] Russi (2011, p. 9), “Uma identidade regional geralmente se aproxima de um fato ou personagem grandiosos de sua história e/ou memória. No caso de São Paulo, observa-se que na década de 1950 houve um resgate do passado paulista e sua revalorização serviu para a recuperação do patrimônio colonial que trazia a memória do bandeirante como um indivíduo desbravador, conquistador com um passado glorioso que engrandecia a história da cidade tida como a “locomotiva da nação”. Contudo, sua figura ao longo dos anos foi sendo despida de suas “armaduras” e reduzida a um mercenário. Atualmente não temos uma figura personificada para exemplificar o que seria essa identidade. Pode-se dizer que somos de forma geral um povo multi-étnico, fruto do cosmopolitismo”.

 

[3] Segundo Arruda (2014, p. 12), “O Museu da Cidade de São Paulo é uma instituição bastante singular em meio aos demais museus históricos no Brasil. Seu processo de criação não foi desencadeado a partir de uma coleção, de um edifício, ou ainda de um único decreto – aspectos que, geralmente, cercam a formação de uma instituição museológica. Sua constituição é o resultado de diversas ações voltadas à conservação da memória e do patrimônio da capital paulista, em que um acervo de imóveis espalhados pela cidade desempenhou sempre um papel fundamental, tornando-o um museu necessariamente descentralizado. Tal característica tem origem numa trajetória bastante anterior à sua criação formal, em 1993, marcada por intenções que foram se acumulando ao longo do século XX e que foram deixando como legado um conjunto inicial de casas históricas que formam a base da estrutura política centrada que a instituição apresenta atualmente”.

Referências

[1] CASA Do Sítio Da Ressaca | MCSP. 2022. Disponível em: https://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/sobremcsp/sitio-da-ressaca/. Acesso em: 29 ago. 2022.


[2] RUSSI, A. et al. Mesa Redonda: Patrimônio Cultural: Diálogos entre Arte e Educação. In: XXI Congresso Nacional da
Federação de Arte Educadores do Brasil com a temática “Culturas da Pesquisa–Arte, Educação e Tecnologia”. São Luiz do
Maranhão. 2011. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/Patrimonio_Cultural.pdf. Acesso em 29 ago
2022.


[3] ARRUDA, Beatriz Cavalcanti de. O Museu da Cidade de São Paulo e seu acervo arquitetônico. 2014. Tese de Doutorado.
Universidade de São Paulo.Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/103/103131/tde-30012015 144147 / publico /BeatrizArudaORIGINAL.pdf. Acesso em 29 ago 2022.

Materiais completares

Site oficial Sitio da ressaca.
Disponível em: https://www.museudacidade.prefeitura.sp.gov.br/sobre-mcsp/sitio-da-ressaca/

 

Vídeo: “Visita a Casa do Sítio da Ressaca e entorno”.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=w9GU891xBgM

Roteiro recomendado

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