Roteiro dos bandeirantes

[3] Bastos (2003, p. 2) “O patrimônio do centro histórico da cidade de São Paulo caracteriza-se, sobretudo, por edificações que foram preservadas no sentido de legar ao futuro diferentes modalidades arquitetônicas, independentemente de sua importância social. Alvo de diferentes projetos de reforma urbana, a cidade colonial teve suas ruas alinhadas e retificadas de forma contínua nas duas últimas centúrias, o que comprometeu a permanência da diversidade arquitetônica e sua relação harmônica com os logradouros públicos. Quer em decorrência da inspiração no modelo urbanista europeu, que inviabilizava a permanência de ruas estreitas e sinuosas, quer pela opção do poder público pelo transporte de veículos particulares e, conseqüentemente, a demanda por abertura e alargamento de suas avenidas para escoamento do tráfego, a gestão de seu patrimônio foi tratada de forma centralizadora e sem participação popular. Em meio a esse processo, muitos imóveis foram desapropriados e demolidos em nome da coletividade, desconsiderando-se a relação familiar e afetiva porventura existente”.

[4] Oliveira (2008, p. 117) “Antes de entrarmos no Viaduto do Chá como conhecemos hoje, é importante ressaltar que o projeto atual foi construído em substituição ao antigo viaduto erguido no final do século XIX. Com o crescimento populacional e o desenvolvimento econômico na passagem do século XIX para o XX, foi preciso vencer as depressões e ocupar as terras além da colina. “Com o desenvolvimento da cultura do café no último quartel do século XIX, o Estado de São Paulo conheceu um crescimento que em poucas décadas o transformaria na mais importante unidade econômica e política da federação”, afirma Segawa. A população também acompanhou o crescimento econômico. Em 1874, a cidade de São Paulo tinha uma população de apenas 23.253 habitantes; em 1886, esse número subiu para 44.033. No censo de 1900, a população era cinco vezes maior, atingindo 239.820 habitantes, até chegar a 579.033, vinte anos mais tarde”.